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Entenda como a depressão aumenta risco de Alzheimer
A patologia já é a quarta maior causa de afastamentos no mundo e, quando não controlada, pode amplificar os riscos do desenvolvimento de outras doenças
A depressão afeta 10,4% dos brasileiros e é a 4ª maior causa de incapacidade mundial. A OMS (Organização Mundial da Saúde) prevê que até 2020 a doença será a 2ª colocada no ranking de afastamentos. Estudos indicam uma forte ligação entre Alzheimer e depressão, ambas de origem cerebral. Mais de 50% das pessoas que sofrem com depressão tem alteração na memória. Ou seja, a depressão aumenta risco de Alzheimer, principalmente em casos em que a primeira patologia não for controlada.
Estudo realizado em 2016 pela Erasmus University da Holanda, mostrou que 3.325 pacientes, com aproximadamente 25 anos, que tiveram depressão por 3 anos ou mais, tiveram 5 vezes mais chances de ter demência no futuro. Sendo que 22% dos estudados desenvolveram Alzheimer em seguida. A depressão não controlada aumenta o envelhecimento cerebral. A pesquisa também mostra que 63% dos pacientes em quadro de pré-Alzheimer tiveram depressão em algum momento da vida. Isso ocorre porque as duas doenças aumentam o estresse oxidativo do cérebro.
Outro estudo que demonstra como a depressão aumenta risco de Alzheimer é o realizado pela American Stroke Association, de Boston, que indicou que 40% dos 695 pacientes que tiveram Acidente Cerebral Vascular Hemorrágico desenvolveram depressão. Sendo que 80% das pessoas que evoluíram para demência apresentavam o diagnóstico de depressão a pelo menos um ano antes do diagnóstico.
Tratamentos para a depressão
Atualmente, o tratamento da doença é feito com a junção de medicamentos mais psicoterapia, porém estudos mostram que a medicação não controla a doença em metade dos pacientes. Os remédios podem causar efeito colaterais, como a diminuição da libido, tremores e aumento de peso.
A depressão é um doença neurológica que causa alterações na estrutura cerebral, como redução do hipocampo, do lóbulo frontal, do fluxo sanguíneo e metabólico. Uma terapia conhecida como neuromodulação corrigiria o mau funcionamento dessas áreas. Segundo o neurologista Rafael Higashi, trata-se do uso da tecnologia eletro-magnética, no tratamento do cérebro (como é o caso da Depressão). A neuromodulação cerebral não invasiva tem como objetivo estimular diretamente áreas cerebrais que não estão funcionando. Como ocorre na depressão, a falta de atividade neuronal em determinadas áreas cerebrais provocam os sintomas da depressão – desânimo, tristeza, falta de prazer. Esse tratamento visa reestabelecer o funcionamento normal cerebral.
Texto: Michele Custódio/Colaboradora - 06/10/2017
Consultoria: Rafael Higashi, neurologista